quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Violência não é isso, é outra coisa

Violência não é quebrar ônibus, não é jogar ovo e fruta na prefeitura porque não se foi ouvido, violência não é gritar na rua com o rosto pintado e um grito de guerra que estamos descaradamente sendo assaltados. Violência é a hipocrisia de um sistema público de transporte ineficiente, sucateado e que é parte de um sistema de manipulação e estorção da população. Violência é querer justificar 2,10 em passagem de ônibus numa cidade geograficamente pequena, de trânsito afogado onde os ônibus não circulam em menos de uma hora para se pagar 1,05 na passagem seguinte, para quem pega dois ônibus. Violência é usar os meios de comunicação de massa para denegrir estudantes que estão lutando pelos direito de ter transporte público, eficiente e de preço decente. Violência é o salário mínimo não ser nem 600 reais e um pai de família que tem três filhos e mora na periferia ter que gastar metade do salário com passagem de ônibus enquanto empresários e políticos não argumentam, não convencem, não agem e lambuzam os bolsos de dinheiro roubado com discurso moralista e se dizem em benefício da população. Violência são a maioria das ruas dessa cidade estarem esburacadas "com o intuito de melhor atendê-los" e a prefeitura demorar meses pra fazer um reboco miserável de asfalto quando muita vezes o problema nem foi resolvido.

Foto Portal O Dia

Violência é sermos agredidos diariamente com a falta de parada de ônibus, com a demora do transporte, com o trânsito intrafegável quando se separou duas vias para os ônibus num suposto sistema fajuto de integração. Violência é não ter postos de saúde limpos, com médicos plantonistas e ver os doentes esperarem meses nas filas de saúde pública. Violência foi sermos agredidos com um crime atroz de uma moça e com toda a repercussão, com toda as polícias envolvidas ainda não se ter um culpado. Violência é uma decoração natalina medíocre e debochada com super faturação de obra. Violência é a disseminação absurda do crack nessa capital. É a falta de água, de luz, de saneamento, de calçamento nas periferias da cidade. Violência é tudo isso, menos quebrar ônibus uma dia em protesto e jogar ovo podre na prefeitura. Então não venham com papo de protestos "violentos" do estudantes de Teresina. Somos violentados todos os dias e nem percebemos e quando percebemos, a ignorância, a comodidade e a passividade nos impedem de levantar o rabo dessa cadeira de frente pro seu computador e ir pras ruas!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Que venha 2012

Eita, deixa eu dar uma espanada aqui, tirar o pó, varrer o chão porque faz tempo que estou em dívidas com meus poucos, mas queridíssimos leitores (ainda tem alguém ai? oi?). I'm back com um acontecido especial. Esse fim de semana foi o espetáculo de fim de ano da Escola de Dança no qual participei. Feliz, realizada e emocionada quero compartilhar uma sensação que eu mesma me surpreendi. Durante a apresentação, esperando na coxia a hora de entrar no palco de novo, assisti o solo de um colega, e naquele momento passou uma retrospectiva do ano inteiro na minha mente: conquistas, decepções e realizações. Foi o momento de identificação, reflexo e auto-afirmação de quem estava no palco, colega que inclusive passou por dificuldades parecidas com as minhas. Foi a hora que me vi fragilizada por tudo que me aconteceu, mas ao mesmo tempo confiante e satisfeita e com a conclusão de que foi um ano produtivo, proveitoso, gratificante nos mais diversos sentidos. Foi a hora que ficou muito claro porque quase que incoscientemente me dedico tanto pelas coisas que faço, as noites em claro e os pés machucados. 


Quero aproveitar o momento para parabenizar e agradecer os realizadores do espetáculo, às pessoas que acreditaram em mim, aos colegas e amigos presentes em todos os momentos, à minha indispensável família, ao meu namorado e a todo mundo que direta ou indiretamente me incentivaram, participaram ou simplesmente torceram de longe pra que eu estivesse me sentindo como agora: feliz, satisfeita, realizada e crente de que anos melhores ainda virão, como fruto e produto dos que estamos fazendo agora. Que 2012 seja melhor ainda!

sábado, 1 de outubro de 2011

Insustentavelmente Constante

A felicidade é passageira. Não sei conceituar. Sentimento, sensação, estado. Assim como a maioria das coisas que se sente. Tenho problemas com ela. Há momentos em que ela parece infindável, inacreditavelmente duradoura, surpreendentemente plena. No entanto, pouco em seguida, como que num pouso atropelado de um voo maravilhoso me pego apreensiva, inquieta, questionadora, duvidosa. Detesto admitir insegurança. Sempre me foi exigido tanta certeza, força, tomar decisões irredutíveis. Seria inadmissível ter dúvidas, incertezas, fraquezas. Não estou confusa nem indecisa, não tenho problemas sobre as coisas que estou fazendo. Só não posso deixar de dizer que nada é tão perfeito assim e as diferenças, os desníveis, onde se percebe que o sustentáculo pode tremer ou te afastam daquele objetivo ou te aproximam mais ainda.  Devo estar condicionada a me sentir preocupada o que afeta minhas reflexões.



Seria ingênuo, utópico pensar em perfeição. Em todos os sentidos. Tudo depende de escolhas. Escolher estar só, estar junto; sair, ficar; fazer, não fazer. Não existe simplesmente deixar ser carregado pelos acontecimentos- desculpa de indeciso. O que não é intolerância, já que acabei de admitir algumas coisas. Geralmente quando me sinto assim é paranóia, ansiedade, medo do desconhecido- o futuro. Ainda bem que trato logo de reencontrar o eixo pra não cair de maduro. Não estou triste nem expondo um problema específico, tudo isso não passa de uma verificação. É incrível como não sei guardar sentimentos. São transparentes, perceptíveis. Não quero que confundam minha mudança constante de humor com mudança de pensamento e sentimento. Estes últimos costumam durar quando faço escolhas. Só quero imprimir aqui a abstração que é sentir isso já que a tal buscada felicidade é insustentavelmente constante, que tenhamos mais momentos dela com cada vez mais frequência. Sem medo, dúvida ou tédio.

sábado, 20 de agosto de 2011

A ordem

Hoje minha preocupação não é escrever bonito, certo, ritmado. Quero compartilhar meu sentimento aqui. Eu quero me sentir exatamente como eu me sinto agora mais vezes na vida, daqui a dias, meses, anos. Me sinto jovem, viva, alegre, feliz, radiante, tranquila. Só não mais tranquila porque borboletas inquietas voam no meu estômago e me deixam ansiosa, confusa. Uma confusão boa, que dá sede de tudo! Sede de pensar, saber, agir, sentir. Não quero conter atitudes, reprimir sentimentos, distorcer sensações. Quero exatamente isso, incessantemente, mergulhar de cabeça, profundamente, sem vacilar, sem medo, sem trauma, sem precaução. Sem medo do inesperado, do trágico, do indeterminado. Quero surpresa, satisfação. E se me machucar? E daí? Vou chorar, vou sofrer, me regenerar e me apaixonar de novo por novos cursos, atividades, lugares, músicas, cheiros, pessoas. 



Me entregar ao novo ou ao velho de forma diferente. Despertar cada músculo, osso, ligamento, fio de cabelo, pêlo que estava adormecido e que eu tinha esquecido ou nunca tinha percebido que existia. Estou entalada, freneticamente entusiasmada com cada novo momento que possa acontecer. Parece desespero, e pode até ser, mas essa ansiedade que desabrocha, que instiga, que suga minha paz cômoda, aparentemente conformada é que eu quero continuar sentindo incrustrar-se na minha pele, rasgando a passividade, a apatia. Tomar banho de chuva, dirigir num sábado fim de tarde despreocupada, ligar o som bem alto, curtir as pessoas que eu gosto, cantar, dançar. Parece descontrole pré-adolescente, mas é como se fosse, me (re)descubro, me renovo, invento. Cansada de sentir o controle, o stress, a perturbação, a auto-cobrança. Minha intensidade agora tem outro direcionamento. Me apaixonar é a ordem.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Não direi adeus...

Eu passei muito tempo tentando escrever esse post, querendo comentar e descrever as reações, as expressões, os sentimentos. O fato é que a morte é certeza na vida de quem nasce, acontecimento misterioso, incompreensível, inacreditável. A morte está acima da plenitude da humanidade. O que resta para confortar as lágrimas, o vazio, o desolar, a saudade, o medo de continuar sem a pessoa que se foi, a angústia, o choro preso na garganta é saber que a dor, o sofrimento de quem estava doente, as limitações físicas, o sentimento de mãos atadas da família e dos amigos se foram, acabaram. No velório da minha tia que se foi o padre comentava sobre e dizia: "Se perguntassem a um bebê se ele gostaria de sair da barriga da mãe, do conforto e do ambiente conhecido, certamente ele responderia que não; mas chega a hora, ele nasce e chora. Se perguntassem a qualquer um aqui se gostaria de deixar essa vida, sua casa, as pessoas que ama, o ambiente que conhece e se entregar a morte, certamente responderia que não. Então encaremos a morte como um parto, como a divisão de uma estadia para outra melhor". As almas boas, Deus as quer com ele. Com fé a dor se transforma numa doce lembrança. Que Deus a tenha num lugar bem maravilhoso e que a saudade que fica nos faça ter a certeza desse lugar. O câncer não nos derrotou, a morte da minha tia e o cessar do seu sofrimento foram supremos para estar perto de Deus. É indispensável dizer que a amamos e que estamos sentindo e sentiremos sua falta. Não direi adeus porque ela continua aqui, bem nos nossos corações.


quinta-feira, 28 de julho de 2011

Pro coração bater

Na infância todo mundo tinha um melhor amigo (mesmo que imaginário), um brinquedo preferido, um lugar em que gostava de ficar. Na adolescência todo mundo teve aquele amor platônico, uma amiga falsa e uma decepção pra lembrar. É engraçado como percebemos as coisas: ou se tornam de toda importância ou de nenhuma. Quando criança eu queria ter uma casa na árvore e uma boneca de porcelana. Adolescente a preocupação era passar de ano e ficar com aquele garoto (se é que isso interessa a alguém). E agora? Me formar, arranjar um bom emprego, ser bem sucedida, ser uma boa artista. Por que quando nos perguntam qual nossa prioridade, desejo ou satisfação as respostas imediatas geralmente tem a ver com status e dinheiro? Claro que são indispensáveis porque amor e sonho não enchem barriga nem pagam contas; mas realizar-se, tornar-se pleno se resumem a isso? Ninguém vai sair gritando por ai seus medos, segredos e vontades mas já se perguntaram o que faz seus olhos brilharem, seu coração bater, o que te faz sentir frio na barriga ou a garganta secar? Não são sintomas só de paixão por alguém, mas também, de paixão por alguma coisa. Vamos combinar de não nos tornarmos mongolóides apaixonados. Só despertem que a vida não se resume a estudar, trabalhar, comer, dormir: aquela pessoa especial está bem do seu lado esperando um sorriso, sua mãe só precisa de um beijo de bom dia, as pessoas na rua só querem com licença e obrigado, você mesmo pode se satisfazer em curtir o pôr do sol. Portanto, essa lógica mecânica que atropela as sensações prazerosas, que venda nossos olhos para quem está debaixo do nosso nariz, que te impõe e exige ser o melhor em tudo unicamente para as pessoas verem seu desempenho e não simplesmente porque se é o melhor de si não deve reger nossa essência. É importante ter sucesso, conforto e estabilidade mas é tão importante quanto prestar atenção nas coisas que tranquilizam sua alma, amenizam sua dor, aliviam seu cansaço, passam valores para os seus filhos. Porque no fundo, o que vai te fazer continuar com aquilo não é o ter mas sim o ser e o que te agrega.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Eu não entendo

Hoje fiz algumas coisas no centro, entre elas colocar crédito no cartão passe-verde em um dos postos do Setut. Como se já não bastasse pegar aquela fila quilométrica descobri que meu cartão está bloqueado. Lá se vai eu atravessar o centro todo para desbloquear o bendito me perguntando no caminho por que raios ele estaria bloqueado. Chegando lá, a funcionária me pede milhões de documentos e diz que precisam renovar meus dados porque agora a atualização é feita de 6 em 6 meses e talvez até de 3 em 3 meses. Agora, por favor, alguém me explique, por que motivo o Setut precisa dos meu dados atualizados de 3 em 3 meses? Nem conta no banco, fatura de cartão ou imobiliária do condomínio exigem atualizações tão frequentes sendo que o sistema é mais complexo que o Setut, que por sua vez, tem a simples função de se certificar que sou estudante (nesse quesito burocrático). Eu não entendo, a maioria dos estudantes fazem matrículas no começo do ano letivo, não é o suficiente bloquear o cartão uma vez por ano? Como se já não bastasse o preço da passagem subir R$ 0,15 todo ano, as condições precárias das lotações, suas melhorias engatinharem, o tempo de espera nas paradas de ônibus, os raríssimos transportes com estrutura para cadeirantes, a inutilidade arquitetônica das paradas que não protegem em nada do sol, o preço exorbitante em percursos tão curtos e eu poderia continuar citando uma lista colossal da precariedade do transporte público de Teresina onde a medida burocrática de atualizações de dados tão frequente e desnecessária não cabe em lugar nenhum. Eu não entendo, é a incompetência para se melhorar essa área que é preciso mostrar que algo está sendo feito? O que a população e o transporte público precisam não é de burocracia, é de eficiência.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A arte de sofrer um bolo

Quem nunca pegou um bolo na vida? Até então isso não tinha acontecido comigo (não que eu lembre). Sabe aquela produção feminina, roupa, cabelo, maquiagem? Então, tudo por água a baixo depois de uma hora e meia de espera assistindo o fim do Faustão e o começo do fantástico. Consegue entender a perda de tempo? Imaginável né? Fora ter gastado minha base da Mary Kay e escutar o riso sarcástico do meu irmão repetindo que eu peguei um bolo. E ainda por cima, o programa era "sair pra comer", logo, eu continuava em casa morrendo de fome sonhando com o sushi. Pode rir você também, inclusive eu estou rindo. Só desculpo se o avião da prima que ele foi deixar no aeroporto caiu ou se ele bateu o carro e está na UTI por isso ainda não ligou dando satisfação. Não farei que nem Sex and the City em que a criatura liga esculhambando no velório do cara. Faça que nem eu, transceda, controle seu ki, assista um filme estúpido na tv a cabo e vá dormir, é o fim trágico de quem pega um bolo.


sábado, 23 de julho de 2011

Dança é muito mais

Seria muito clichê e suspeito começar falando da paixão em dançar, da ansiedade antes de subir no palco, da imensurável cobrança exigida todos os dias, do suor, dos calos, dos joelhos cansados, da pressão, da superação e da gratificação de um trabalho realizado. Seria banal começar falando que dança é sentimento, é paixão, é se entregar, é se conhecer. Seria platônico e idealista se limitar ao estereótipo da bailarina imaculada e perfeita no altar das sapatilhas de ponta. Apesar de tudo isso sim, graças a Deus; é muito mais.



Porque quero mesmo é saber o que acontece. Os artistas daqui alimentam richas estúpidas, competições medíocres, portando-se incapazes de respeitar o trabalho de outro artista, preocupando-se em  criticar e ridicularizar. Quero mesmo é apontar pra esse provincianismo artístico que tem como maior empecilho essa rivalidade irrisória. Preocupam-se tanto em cutucar o defeito técnico, estético, besteirético do colega que até mesmo esquecem o próprio trabalho. Quero mesmo é entender o que que falta pra artistas que são orgulho e minha inspiração serem valorizados, o que falta para que as pequenas bailarinas talentosas cresçam e desenvolvam sua arte, deixando de ser máquinas reprodutoras da técnica clássica. É culpa da cultura da cobrice inoculada? São os governates indiferentes em desenvolver arte? Culpados a parte, a culpa (ou não) é nossa. Não estou sendo utópica desejando que bailarinos, atores e artistas dêem as mãos em uma grande corrente, esquecendo as diferenças ideológicas. Queria apenas essa arrogância, esse ego alimentado engajado para desenvolver essa área tão promissora do estado, com trabalhos tão interessantes e bem-sucedidos, prêmios a fora, reconhecimento de outros lugares do país e do mundo mas que não o tem dos próprios conterrâneos. Tantos eventos interessantes acontecendo, que só têm a constribuir, várias iniciativas dignas e as "tribos rivais" incapazes de darem  o braço a torcer, como num romance de Shakspeare onde as famílias competidoras são proibidas de interagir. Só quero alertar que a produtividade seria maior se o foco fosse voltado pra outro ângulo que não o próprio umbigo. Porque dança, como citado, é muito mais: são valores. Acredito na dança do respeito, da interação e da integração.

Bye Amy

Amy Winehouse morreu. Quer saber? Grande coisa! No caso dela: previsível! Simplesmente agradecemos a música.
























Como diria Itallo Victor: Amy Casa de Vinhos. ^^

Infância e adolescência se despedem

Quinta-feira assisti Harry Potter e o derradeiro Relíquias da Morte- parte 2. Adoro 3D! Há quem critique, quem não goste e quem se vista de Harry, Hermione e cia. Só quero constar que cresci com a saga e me emocionei quando ele se despede pra morrer.

























Foi válido, adeus, cria vergonha na cara e vê se te forma!

Entra, a porta está aberta...

Faz tempo que eu devia ter um blog. Na verdade eu tinha mas essas tecnologias ainda me deixam confusa. O fato é que agora tenho um, resolvido! Seja bem-vindo, aproveita e senta ai, vamo tomar um café. ;)

                                            No caso aqui, chocolate quente. =P